Rrrata Velha

quinta-feira, novembro 10, 2005

Já mudei o puto de colégio

Costumo confundir as idades das crianças. Não sei se é um problema meu ou se acontece com todas as pessoas, mas putos entre os 6 e os 12 anos, mais coisa menos coisa, parecem-me todos iguais. Tenho um primo meu que tem entre 6 a 12 anos, não sei bem, que é do Sporting. Um destes dias fui passear com ele ali para a zona da Boavista, porque os meus tios tinham ido a um torneio de sueca no jardim do Marquês. Quando passámos no meio da rotunda, ficou muito espantado a olhar para aquela estátua com o leão em cima da águia. Claro, fez-me a mesma pergunta que eu, com a idade dele - entre 6 e 12 anos, já não me lembro -, fiz ao meu pai quando vi semelhante coisa. Ah, isto é por o Sporting ser melhor que o benfica e lhes ganhar sempre - disse-me o meu pai e, claro, disse eu ao meu primo. Entretanto os meus tios acabaram por ir à final do torneio, curiosamente, contra o senhor Joaquim e a Ana Piolhosa. Tive, então, e isto foi ontem mesmo, que ir buscar o meu primo ao colégio. Ei! O puto tinha armado lá um trinta e um do caneco! Chorava, dava pontapés nas freiras - QUERO O MEU PRIMO, QUERO O MEU PRIMO! Quando me explicaram a razão para tanta fúria, também a mim me parou o relógio. Ora vejam só isto e digam-me se não é inacreditável: foram dizer ao pequenino José que a estátua da Boavista representava uma vitória qualquer no século XIX, de uns gajos daqui do Porto contra uns franceses lá do Napoleão!! As mentiras que estas freiras lampionas conseguem inventar só para fazer uma criancinha mudar de clube.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Eles tinham mesmo razão

Os gajos de Lisboa adoram dar tanga por tudo e por nada aqui aos gajos do Porto. Fazem bem. Não me importo nada com isso. No entanto, há aí malucos que ficam doentes só de ouvir falar nos mouros. Esses malucos dão pelo nome de gandins. Essa gandinagem mal sabe é que são eles próprios que acabam por dar razão aos macacos de lá de baixo. Lisboa tem metro desde 1959, enquanto que nós temos há poucos anos um... de superfície. Apesar de tudo, sempre que havia alguma discussão com algum lisboeta, dizia-lhes que o nosso metro não era nenhum trólei ou eléctrico. Que era parecido, mas ainda lhe faltava a característica principal para o ser. Ora quem não se lembra dos gunas pendurados na parte de trás dos tróleis quando ia a sair do colégio de lancheira cor de laranja? Pois hoje vi gunas pendurados no metro.

terça-feira, novembro 08, 2005

Beijo na testa

Tenho andado preocupado com uma coisa. Não é nada de importante, que ninguém se preocupe. É apenas com a minha futura mulher. Ainda não sei quais os critérios de selecção para encontrar a mulher ideal para mim. O único critério que me ocorre, por muito estranho que pareça, é o tipo de beijo que ela me vai querer dar na igreja depois do padre dizer aquilo do "podem-se beijar". É que não quero uma macaca que me abocanhe à frente dos meus avós! É que eu sonho muitas vezes com o meu casamento, e acaba sempre num funeral com tudo vestido de preto, com a Rrrata Velha a chorar como se já me tivesse divorciado. É um sonho um pouco abstracto, mas suspeito que o funeral seja de familiares meus, e que tudo aconteça por assistirem à lambidela que a minha suposta mulher me dá. Quando, da próxima vez, estiver com uma rapariga tenho mesmo que lhe perguntar: "sacavas-me numa igreja?". É que, se ela disser que sim, mando-lhe logo um pontapé no cu. Não quero acabar com a vida da minha família no mesmo dia em que já vou acabar com a minha.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Os Jogos Olímpicos têm os dias contados

Em 1896, Thomas Burke, dos Estados Unidos da América, percorreu 100 metros em 12 segundos. Isto, está claro, a correr. Era, na altura, o gajo mais rápido num montão deles que também corria por aí. O recorde foi sendo batido por mais meia dúzia de macacos, até que, em 1936, Jesse Owens, outro norte-americano, faz os 100 metros em 10.2 segundos. Só passados 20 anos é que essa marca foi batida por apenas um centésimo, por um animal qualquer que não me lembro agora. Hoje o recorde já é de outro e certamente que daqui a uns meses vai ser batido outra vez. Ora já deu para ver que é sempre possível melhorar. O que eu me pergunto - e pode ser um pouco redutor da minha parte, mas também me estou a cagar nisso - é se daqui a uns milhares de anos o recorde dos 100 metros pode vir a chegar perto dos zero segundos, assim do género de 0.062 ou 0.049 segundos. E, se sim, o que eu acredito piamente, quem pagará bilhetes para ver tão triste espectáculo? E ver os 1500 metros em 3.297 segundos? Terá piada? Ou a maratona em 3 minutos e meio? Sinceramente... O Pierre de Coubertin vai dar voltas na cova.